Por que você começou o RIPR?

Eu gostaria de fazer um produto que fizesse as pessoas pensarem. Já existem tantos produtos no mundo, por isso faço minhas mochilas com produtos já existentes. Por isso tento inspirar as pessoas que as coisas têm valor agregado e que tudo o que você compra é feito por pessoas. Quando você compra algo conscientemente, pode ajudar imediatamente alguém que está no início do processo de produção. Também quero conscientizar as pessoas sobre nossa cultura do descarte. Cada vez que chove, são comprados guarda-chuvas baratos que quebram rapidamente e são jogados fora. Além disso, se você não participa de todas as tendências da moda, não precisa comprar um guarda-roupa novo a cada temporada.

AS MOCHILAS

Você pode me falar um pouco mais sobre as bolsas que você faz?

Eu mesmo projetei as bolsas e, ao projetá-las, imediatamente ficou claro para mim que um lado humano precisava emergir. As pessoas jogam coisas fora tão rápido que acho que pode ser diferente. A maioria das coisas ainda são produtos úteis que podemos reutilizar. Eu faço bolsas com as quais quero contar uma história. É por isso que bordado manualmente as cicatrizes ao redor dos olhos em todas as bolsas. Essas cicatrizes mostram que as bolsas não são perfeitas. Eles tornam as bolsas únicas e mostram que os materiais não estariam lá se não tivéssemos dado uma segunda chance aos guarda-chuvas. Isso é descrito em uma etiqueta na mochila/bolsas.

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HISTÓRIA

Por que é tão importante para você contar essa história?

Guarda-chuvas são produtos muito bonitos, mas também pouco valorizados. Eu me identifiquei fortemente com o guarda-chuva. Nasci no Brasil, aos 13 anos já trabalhava e aos 15 vivia sozinha. Sempre trabalhei muito e aprender sempre me foi fácil. Oito anos atrás, vim para a Holanda por amor. Eu não falava holandês ou inglês e assim não consegui um emprego. Apesar de toda a experiencia conhecimento e criatividade que tenho, fui colocado de lado em todos os lugares por não falar o idioma perfeitamente. Isso me mostrou um Aldo da sociedade em que dão mais importância para as imperfeições ao ressaltar as qualidades. E por um tempo, não ousei falar holandês porque não era perfeito.

 

Eu aprendi a ver beleza na imperfeição, valorizar minhas qualidades e assim as dos outros. Eu deixo isso se refletir nas bolsas que faço.

 

 

Como podem nos ajudar? 

Isso é muito fácil! As pessoas podem entregar seus guarda-chuvas quebrados! Isso é possível conosco em Noord.  Se as pessoas quiserem ser voluntárias no projeto, elas são mais que bem-vindas!  Quem compra uma mochila oferece uma chance ao fabricante da mochila e ao guarda-chuva quebrado que, de outra forma, acabaria no incinerador!

(crédito da foto: Rodrigo Maori)

 

 

Fonte do artigo: http://www.degezondestad.org/blog/19/cizelia-redt-paraplus-van-de-verbrandingsoven